IPATINGA -A velha ideia de estabelecimento de uma usina siderúrgica integrada na área do Vale do Rio Doce ou do Vale do Paraopeba, utilizando carvão importado, era defendida por grupos locais privados e governamentais. Esses grupos, liderados principalmente pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e pela Sociedade Mineira de Engenheiros, tomavam como modelo e inspiração um estudo do engenheiro Athos de Lemos Rache, elaborado em 1954 e publicado com o título: "Contribuição ao Estudo da Economia Mineira".
A nova usina siderúrgica mineira, segundo Athos, deveria ser a coque, de grande porte, altamente mecanizada e automatizada, aproveitando todos os progressos da moderna ciência aplicada e empregando uma técnica de produção em massa, com grandes altos-fornos e laminação contínua de chapas. Quanto à sua dimensão, ela deveria ter uma capacidade instalada de 2.000.000 toneladas de gusa e 1.200.000 de aço em lingotes por ano, produzidos em quatro altos-fornos de 1.500 toneladas, operando com sínter.
A respeito da linha de produtos acabados, propunha a fabricação de chapas largas, tiras a quente e a frio, a serem produzidas em laminadores contínuos, chapas galvanizadas e folha de flandres, de acordo com a "tendência do mercado em um país que se desenvolve e se industrializa no sentido da diversificação da produção".
Sua localização ideal seria no Vale do Rio Doce, onde se tornava possível o aproveitamento dos recursos já disponíveis na região, tais como: os resíduos finos produzidos pelo minério de ferro exportado pela Companhia Vale do Rio Doce e até então não explorados; os vagões ferroviários utilizados para a exportação do minério lump, que poderiam trazer o carvão mineral importado necessário à usina pelo porto de Vitória; a energia produzida pela usina hidrelétrica de Salto Grande – Santo Antônio, em construção pela Cemig; e as demais matérias-primas necessárias a uma siderúrgica – o calcário, o manganês e a dolomita.
Além de explicitarem outros fatores, como farto abastecimento de água, topografia e solo apropriados para fundações, os estudos conduziam à definição da posição ideal para a usina nas proximidades do então distrito de Ipatinga, no município de Coronel Fabriciano.
Athos Rache concluiu sua tese afirmando: "A reivindicação do povo mineiro não tem cunho regionalista, porque a localização proposta encontra apoio na técnica e tem perfeita base econômica". A reivindicação acabou tornando-se movimento popular à medida que "extravasou do círculo fechado dos técnicos e penetrou fortemente em todas as camadas da população".
Fonte: Coluna “IPATINGA Cidade Jardim - 50 ANOS” – Diário do Aço – 20 de Outubro de 2013
VÍDEO: Um histórico e fotos antigas da Usiminas
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