IPATINGA - A notícia da instalação da Usiminas atraiu para Ipatinga milhares de homens de todas as partes do país. Os operários que trabalharam na montagem da empresa tiveram de conviver com a falta de planejamento para alojar os novos moradores e a infraestrutura precária do lugarejo.
A consequência foi a ocupação desordenada, barracos de tábuas foram se amontoando no Centro, transformando o local em uma grande e perigosa favela. Nesse ambiente floresceu a famosa “rua do Juá”, nome pelo qual era conhecida também a “rua Araxá”, zona boêmia do distrito de Ipatinga.
O Juá era um beco com esgoto a céu aberto, onde o lixo se amontoava em toda a sua extensão, e as pessoas – inclusive crianças – circulavam em meio aos porcos que transitavam livremente pelo local.
Os homens solteiros, e até os casados – que vieram sem as famílias, pela falta de condição de trazê-las , viravam presas fáceis da prostituição que se instalou na rua Araxá.
Foi nesse ambiente que ocorreu grande parte da história noturna da cidade de Ipatinga, nas décadas de 1960 e 1970.
A rua Araxá foi marcada por tragédias pessoais e sociais. As batidas policiais, o toque de recolher, as prisões e os espancamentos aterrorizavam os frequentadores do local e também as mulheres e os proprietários dos estabelecimentos. Porém, no outro dia tudo era esquecido, e ao cair da noite começava tudo de novo.
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Ao entrar na rua já se via o primeiro boteco: o Bar do Gaúcho. O proprietário viera para trabalhar como operador de guindaste na Usiminas, mas vislumbrou ali uma oportunidade maior de ganhar dinheiro. Comprou um barraco de madeira no Juá e o equipou com mesas e cadeiras na frente; nos fundos, alguns cômodos serviam de quartos para serem utilizados pelas mulheres.
A tarefa de coordenar o movimento dos quartos coube a “Lea”, mulher bastante experiente em prostituição. Havia a “Inês”, morena de altura mediana, corpo esbelto e bem distribuído, também com experiência no ramo. “Maria Luiza”, gaúcha, vinda das margens das estradas, trazia um sotaque diferente, que era mais um atrativo para os frequentadores. “Dinha”, a mais nova, corpo saudável de menina-moça – mais menina que mulher, era muito delicada e destaque entre os fregueses.
Continuando pela rua, encontravam-se vários botecos sem mulheres fixas, frequentados pelas que se aventuravam na rua à procura de parceiros, arriscando-se a serem assaltadas. Elas eram portadoras de todo tipo de doenças venéreas e sem condições de tratamento.
Fonte: Ipatinga Cidade Jardim
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