Mas parte dessa história de imponência dos rádios está guardada na casa do autônomo Geraldo Martins Júnior, 45 anos, localizada no bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga. Trata-se de uma coleção de aproximadamente 200 rádios raríssimos, transistorizados e valvulados. De mesa, cabeceira ou de bolso. O quarto onde o colecionador guarda as preciosidades reúne diversos modelos. E cada peça tem muita história para contar.
. Interesse
Para resgatar a importância e beleza dessas antiguidades, Geraldo Martins iniciou há doze anos sua coleção. “Eu tinha artigos variados. Certo dia resolvi focar minha coleção em rádios”, conta Geraldo Martins, que guarda duas motocicletas RX-180 da Yamaha.
Rádios do período da 2ª Guerra Mundial, modelos na cor rosa, grandes, médios, pequenos. A coleção ajuda a contar um pouco a evolução do rádio ao longo dos anos. A peça mais antiga é um Philips Tatu, de meados de 1930 e 1940. Destaque também para um rádio dos EUA utilizado nas bases dos navios da 2ª Guerra, um Hallicrafters.
. Garimpagem
O colecionador revela como faz para adquirir as peças. Algumas ele consegue no lixo, mas são minoria. “Não compro em antiquários, porque nesses lugares as peças são muito caras. Eu garimpo. Não busco na internet. Fico sabendo da existência de rádios e vou até a pessoa para negociar. Viajo muito de moto para fazer essas negociações”, informou Geraldo Martins.
Uma das “aventuras” mais curiosas que o autônomo já fez para adquirir um rádio foi uma viagem ao município de Serro. “Estava de moto e na saída de Ipatinga começou a chover. Mas queria muito o rádio que me esperava naquela cidade, então decidi seguir viagem e tomei chuva na ida e volta por causa do rádio. Ele ficou protegido porque tenho um suporte na moto para transportar as peças sem danificá-las”, disse o colecionador.
Em suas andanças, Geraldo Martins chegou à conclusão de que o aparelho é uma paixão democrática. “Já me sentei pra tomar café com matutos e à mesa de delegados para falar sobre rádio. Quando o assunto é esse não há diferença de classe social. O rádio conquista todos”, destacou Geraldo Martins.
. Visual
O maior fascínio de Geraldo Martins pelos rádios é a beleza e requinte dos aparelhos. Por isso, ele investe na restauração das peças que consegue comprar ou trocar. Até o momento ele já gastou cerca de R$ 30 mil com a coleção. “Já tenho conhecidos que fazem restauração da parte visual e técnica dos aparelhos. Eu também ajudo na parte visual, compro tecidos, botões. Faço o que chamamos de ‘trepagem’, que consiste em restaurar as peças com artigos que não são originais. Sem falar nos produtos para combater pragas, como cupins”, relatou.
. Originalidade
Mas ao recuperar os rádios, Geraldo Martins tem todo o cuidado de chegar o mais próximo possível da originalidade. “Sei muito bem quando um rádio é original. Uma das fortes características da originalidade é o acabamento na borda da madeira do rádio, que chamamos de marchetaria”, detalhou. Na hora de procurar os materiais para restauração, o colecionador tenta ser fiel ao original. “O tecido do rádio original vem com a marca do alto-falante. Hoje é possível pegar o tecido que está velho e digitalizar para reproduzir. Também procuro comprar tecidos cuja textura e cor que sejam parecidos com o original”, frisou Geraldo Martins.
. Exposição
Geraldo nunca fez uma grande exposição de seu acervo. Apenas algumas demonstrações em algumas escolas. Neste ano, ele vai buscar recursos por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura. “Preciso de um local e suporte adequado para expor o material. Esse tipo de coleção não pode ficar guardado. Reuni essas peças para que as novas gerações conheçam a história do rádio”, concluiu. O telefone de contato de Geraldo é: 8731-3173.
Fonte: http://www.diariodoaco.com.br/noticias.aspx?cd=62847 - Repórter : Polliane Torres - 20/04/12
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