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Carteiros temem câncer de pele

IPATINGA - Na agência dos Correios do Centro de Ipatinga, greve não compromete a totalidade dos serviços prestados. (FOTO: Bruno Jackson)
IPATINGA - Em greve desde a última quinta-feira (18), dezenas de profissionais dos Correios que trabalham em Ipatinga aguardam o desfecho de uma audiência de conciliação marcada para as 8h desta quarta-feira (24), na sede do Tribunal Superior do Trabalho (TST), envolvendo a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e os Correios.
Durante a greve, as atividades de distribuição de correspondências e encomendas ficam parcialmente comprometidas. Em Ipatinga, a paralisação envolve as agências do Centro e do bairro Bethânia. Por enquanto, funcionários de outras agências do Vale do Aço não aderiram à greve.
A data-base dos empregados dos Correios é sempre 1º de agosto. Na Campanha Salarial 2014, a categoria reivindica reajuste salarial de 29% (6,5% de INPC mais 22,5% de reposição de perdas salariais dos últimos anos); melhorias no plano de saúde; entrega do cartão Vale-Cultura prometido pelos Correios no último Acordo Coletivo, com valor retroativo a 1º de agosto de 2013; entrega de correspondências somente no período da manhã; redução da jornada de 8h para 6h para os atendentes comerciais; e mais segurança nas agências.
Os empregados dos Correios que aderiram à greve também são contra o modelo da GIP (Gratificação de Incentivo à Produção) oferecido pela empresa. Pela proposta inicial, a GIP seria paga de forma fracionada: R$ 50 em maio de 2015; R$ 50 em maio de 2016; e os outros R$ 100 de acordo com a produtividade da empresa. Em vez da GIP, a categoria prefere que os Correios concedam reajuste salarial com ganho real.
EMBATE POLÊMICO
Além da reivindicação por reajuste com ganho real, funcionários dos Correios envolvidos com a greve consideram que a solicitação para que a entrega de correspondências seja feita apenas pela manhã é uma das mais relevantes. O carteiro Marcelo Alves Venâncio, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa de Correios e Telégrafos (Sintect-MG), admite que essa reivindicação é delicada e vem sendo discutida há muito tempo com a empresa.
“No período da tarde, os carteiros ficam expostos ao sol a maior parte do tempo, correndo risco de contraírem câncer de pele. No Vale do Aço, onde o clima é muito quente, os carteiros sofrem ainda mais. A empresa alega que mudar o horário para o período da manhã é complicado porque ela teria que ampliar o prazo de entrega de correspondências, passando de três para quatro dias. Porém, os funcionários não podem continuar correndo risco de contrair doença. A saúde do trabalhar precisa vir em primeiro lugar. Por isso este é um item muito importante em nossa pauta de reivindicações”, observa Marcelo Venâncio.
JORNADA
Na avaliação do diretor do Sintect-MG, a reivindicação que pede a redução da jornada dos atendentes comerciais dos Correios de 8h para as 6h também é de suma importância. “Os atendentes comerciais realizam atividade semelhante à dos bancários. Estes trabalham seis horas por dia. Portanto, não há por que os atendentes comerciais trabalharem oito horas por dia. Em Goiás, um atendente comercial dos Correios conseguiu na Justiça o direito de trabalhar as seis horas”, cita Marcelo Venâncio. “Nossa pauta também exige mais segurança nas agências dos Correios, que estão sendo alvo de assaltos em todo o Brasil”, completa o sindicalista.
Fonte: http://www.jvaonline.com.br
REPÓRTER: Bruno Jackson