PIONEIRO DA IMPRENSA REGIONAL
Senna foi chefe da Assessoria de Imprensa da Prefeitura Municipal nos períodos de 1983 a 1988, no mandato do ex-prefeito Jamil Selim de Salles. Formou-se Bacharel em Direito pela Faculdade Vale do Rio Doce em 1986, em Governador Valadares. Senna, a exemplo de outras pessoas também “de passagem”, apaixonou-se pela cidade. Senna disse que “o pioneirismo do Diário da Manhã, naquela época, abriu horizontes para o surgimento de outras mídias e assessorias a partir dos anos 80”.
CIDADÃO HONORÁRIO DE IPATINGA
O jornalista João Senna dos Reis foi agraciado com o título de Cidadão Honorário de Ipatinga, em sessão legislativa ocorrida no dia 16 de agosto de 2011, na Câmara Municipal. A homenagem partiu do vereador César Custódio (PPS) e foi aprovada por unanimidade na Casa. Senna recebeu a placas de Cidadania Honorária no Centro Cultural Usiminas, no Shopping do Vale do Aço, dia 16 de novembro de 2011. Para o vereador César Custódio, a honraria ao jornalista é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido “por esse exemplo de profissional, ao longo dos anos, na imprensa da região”. “Todas as pessoas a quem ouvi só falam bem do Senna. É incrível uma pessoa com tantos anos de experiência e ser tão bem visto por todos”, salientou o vereador.
João Senna dos Reis trabalha atualmente como editor do jornal Diário do Aço, em Ipatinga.
JOÃO SENNA DOS REIS
Saudosismo à parte, o que mais estranha o jornalista João Senna dos Reis é o "silêncio absoluto", segundo ele, que reina hoje nas redações dos jornais. "Acho que é para não pertubar e prejudicar as pesquisas na internet", ironiza. Certamente os jovens jornalistas não fazem a mínima idéia do barulho das máquinas de escrever, da névoa de fumaça dos cigarros acesos, das animadas conversas das antigas redações. "Não tínhamos nenhum instrumento que nos dava cultura imediata. Éramos obrigados a ler de tudo. Hoje o prato está feito, as pessoas já tem tudo na mão", acrescenta, em alusão ao tão acessado (e incesado) Google - sem falar na cultura dos releases. Mas, pelo contrário, diante dessas facilidades digitais, os textos das matérias atuais são superficiais e de pouco conteúdo jornalístico.
Olhando para o futuro, João Senna avalia que o jornalismo impresso ainda tem longa vida, mas que deve expandir sua área de atuação para a mídia digital. "O jornal vai precisar fazer matérias mais profundas e críticas, ser instrutivo. A internet ficará para a distração", considera. Mas, para o editor do jornal Diário do Aço, o crescimento do número de leitores de jornais depende da melhoria da qualidade da educação no país. "Somente a elevação da cultura e do conhecimento despertará leitores conscientes. A burrice no Brasil tem um passado glorioso e um futuro promissor, dizia o economista Roberto Campos", diz João Senna.
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Nascido em Jequeri, Zona da Mata Mineira, o jornalista estudou no Pré-Seminário Nossa Senhora Aparecida, em Munzambinho, e no Seminário Seráfico Santo Antônio, em Santos Dumont, ambos em Minas Gerais, concluindo o ginásio em Belo Horizonte, no Senac. Por quatro anos trabalhou no antigo magazine Inglesa Levy, que ficava perto do lendário jornal Binômio, onde trabalhou Fernando Gabeira, e do prédio onde moravam as famílias de Beto Guedes e Lô Borges. Em diversas ocasiões João Senna deu de cara com os ainda desconhecidos músicos do Clube da Esquina, incluindo Milton Nascimento.
DIÁRIO DA MANHÃ
Em 1965, ainda na capital mineira, começou a trabalhar como impressor na Minas Gráfica Editora. Lá, fazendo provas de prelo de uma revista de Ipatinga, da qual faziam parte colaboradores ilustres de renome nacional, foi que conheceu a cidade do Vale do Aço, através das fotos da publicação. Quatro anos depois, quando Wilton Rodrigues de Oliveira, o proprietário da revista, fundou o Diário da Manhã, ele veio emprestado por três meses para trabalhar no linotipo e na impressora do recém fundado jornal de Ipatinga, que ficava onde é hoje o Cartório de Registro Civil, na Rua Belo Horizonte.
Empolgado com o clima efervescente e pungente da cidade, João Senna pediu conta da Minas Gráfica antes mesmo de vencer sua experiência no Diário da Manhã e continuou trabalhando no jornal como impressor e até mesmo como revisor, quando o titular do setor deixava passar algum erro ortográfico despercebido. A cultura adquirida nos seminários onde estudou foi essencial para que desempenhasse esse papel. No final de 1971 estreava como repórter. Naquele tempo, um telefonema do Centro de Ipatinga para o bairro Horto era através de ligação interurbana.
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Em uma de suas primeiras grandes reportagens, cobrindo a posse do ex-prefeito de Coronel Fabriciano, Rufino da Silva Neto, já falecido, foi confundido como um correligionário político pelo ex-vereador Ubiracy das Dores Pereira, também já falecido, que lhe pediu votos para a presidência do Legislativo. "Como o Diário da Manhã não tinha clicheria, as fotos desta matéria, feitas pela então colunista social Martha Azevedo, foram enviadas para Belo Horizonte e somente publicadas uma semana depois. Mesmo assim, a reportagem, que tinha 400 linhas, causou o maior impacto nos leitores", relembra João Senna.
DITADURA E BATENDO DE CARA COM A POLÍCIA
Naqueles duros tempos da ditadura militar, o iniciante repórter chegou a ser ameaçado de morte. (Qualquer semelhança com os tempos atuais é mera coincidência). Uma prostituta da antiga zona boêmia Juá, localizada na extinta Rua do Buraco, onde é hoje o Novo Centro, foi violentamente espancada por seu amante, um detetive da Polícia Civil, e João Senna deu a manchete: "POLÍCIA EXAGERA NA DOSE E MULHER QUASE MORRE". Para não ser preso, João Senna mentiu na delegacia que a advogada Márcia Milanez, na época recém formada e hoje desembargadora, tinha impetrado habeas corpus preventivo, o que lhe salvou do apuro. O repórter também recebeu a solidariedade do empresário Walter de Lima Sales, que pediu sigilo, mas dizendo que a maçonária estava acompanhando o caso.
VELHOS TEMPOS
Ao relembrar os bons velhos tempos do Diário da Manhã, em cuja redação trabalharam o editor, Joaquim Aquino Lopes, e os repórteres José Carlos de Assis, Ademir Alves dos Santos, José Fonseca Nazaré, João Batista Lima Fernandes, William Saliba, e o colunista social Luiz Katsuo Furuda (depois Martha Azevedo), João Senna dos Reis confessa que a criação do jornal foi vista por muitos como uma "aventura exótica" que teria vida curta. "Mas o jornal se consolidou e obrigou as grandes empresas locais a criar assessorias de imprensa. O Diário da Manhã foi o responsável pela estrutura de comunicação que existe hoje na região".
*(matéria publicada na revista Caminhos Gerais, setembro de 2013)
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