GISELE: "Tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus"
IPATINGA - Gisele Boy Bicalho Rossi nasceu em Ipatinga, filha do farmacêutico, advogado e vereador Edgar Boy Rossi e Drahomira Bicalho Rossi, a dona Mirinha. Tem quatro irmãos: Guilherme, Geysa, Gustavo e Geilton. É casada com Rondinelle Teixeira de Melo. Trabalha na função de técnica judiciária no Tribunal Regional Federal de Justiça de Minas Gerais, em Contagem, e faz o último período de Direito na Faculdade Newton Paiva, na capital mineira, onde mora. Em 28 de setembro de 1990, quando tinha 19 anos, Gisele sofreu um trágico acidente de carro na BR-381, próximo ao Shopping do Vale do Aço, quando ficou paraplégica.
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DEPOIMENTO
Em um depoimento especial dado ao site Eu Amo Ipatinga, Gisele lembra: “Surpresas acontecem, e minha vida mudou naquele acidente. Fiquei muito tempo sem entender que ficaria paraplégica. Ficava deitada na cama, olhando o teto e perguntando: Por que eu? Olhava para os lados e via uma cadeira de rodas... estranhos sentimentos... tudo parecia um pesadelo, achava que a qualquer momento iria acordar e dizer: Ufa, foi só um sonho!... Não era um sonho, mas a minha nova realidade”, recorda.
Ainda em Ipatinga ela foi submetida a uma cirurgia para descomprimir a medula. Depois foi levada para Belo horizonte, para um procedimento de fixação na coluna. Após 15 angustiantes dias no hospital iniciou a fisioterapia diária, usando um aparelho que lhe permitia ficar em pé.
“Oito meses depois meu pai faleceu, e toda a minha família perdeu o chão. O que já era difícil ficou pior ainda. Sessenta dias depois fui para Brasília, para um tratamento no Sarah Kubitscheck, especializado em reabilitação. Passei três meses. Fui na esperança de voltar andando, e lá aprendi a aceitar a realidade, a prosseguir, ter uma vida independente, usar o que funcionava bem, minha mente e meus braços. Todos os dias dou graças a Deus por ter meus braços. Posso fazer o que quiser... Para andar, tenho a ajuda da minha amiga e companheira, a cadeira de rodas”, relata Gisele.
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BUSCANDO A FELICIDADE
Em 1992, Gisele foi com a mãe para o Canadá, buscando um tratamento que lhe permitisse voltar a andar... Depois foram para os Estados Unidos, sempre tendo as mesmas respostas: andar, nunca mais. “Quando achava ter chegado ao fim do túnel, precisei escolher entre morrer ou viver. Tive um encontro pessoal com Deus, onde busquei forças. E eu escolhi viver”, recorda.
Gisele começou a trabalhar em casa, fazendo tortas e salgados para festas, adaptou seu carro e voltou a dirigir... Voltou para o Brasil no início de 1999 e retomou os estudos. Evoluiu, até ser aprovada no concurso para a Justiça Federal, e hoje está no ultimo período do curso de Direito.
“Vinte e quatro anos após o acidente eu sou muito feliz e realizada, não me imagino em outra realidade. Claro, sou humana, e ainda tenho esperanças de voltar a andar. Enquanto isso eu vou vivendo um dia de cada vez, com a ajuda de Deus. Casei em 25 de agosto 2010, após um homem muito especial surgir em minha vida. Com o acidente veio o preconceito de que um cadeirante não poderia ser nem fazer alguém feliz, e nós dois desmentimos essa teoria comum. Hoje eu posso dizer que tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus”, conclui Gisele Bicalho Rossi.
Fonte: http://www.diariodoaco.com.br - Jornalista Nivaldo Resende (Editor do Caderno Cultural do jornal Diário do Aço) e "IPATINGA Cidade Jardim"
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