TRAJETÓRIA DO PIONEIRO DA MEDICINA EM IPATINGA
IPATINGA - Emílio Gomes Fernandes nasceu em São Domingos do Prata (MG) no dia 1º de maio de 1930. Trabalhou desde cedo para concluir o 2º grau e ingressar na Faculdade Nacional de Medicina (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), onde graduou-se médico.
Casado com Therezinha Ferrér Fernandes, é pai de quatro filhos: Emílio Celso, Cíntia, Fernando e Flávio. Veio para Ipatinga em 1959, convidado pelo diretor de Relações Públicas da Usiminas, Mário Rola, para ser médico da empresa.
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Como funcionário da Usiminas, começou residindo no bairro Horto, onde, segundo ele, existiam somente vinte casas, sendo dezoito para engenheiros e duas para médicos. Trabalhou por onze meses na empresa. Após sua saída, passou a residir no centro da cidade e montou um consultório na então rua do Comércio.
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Em outubro de 1962, Dr. Emílio inaugurou o primeiro hospital de Ipatinga: a Casa de Saúde Santa Terezinha (na atual rua Belo Horizonte) que foi desativada em 1965, com a inauguração do Hospital Márcio Cunha. Dr. Emílio conta que participou ativamente no episódio conhecido como “Massacre de Ipatinga”, em outubro de 1963. “Trafegava de automóvel, do bairro Horto para o centro de Ipatinga, quando começou o tiroteio nas proximidades de onde está instalada a Usimec atualmente. Neste local, socorri o fotógrafo José Isabel do Nascimento, que fora baleado.
VEJA a história do MASSACRE DE IPATINGA 1963
Eu e Dr. Jair da Costa Abelha impedimos que os operários revoltados quebrassem as instalações do Escritório Central da Usiminas, conscientizando as pessoas concentradas no local de que a empresa era responsável pela manutenção de
suas famílias, gerando empregos. Tive o capô de meu automóvel amassado pelos manifestantes. Fui obrigado a pintar uma cruz vermelha com mercúrio cromo em todos os vidros do carro, senão meu automóvel seria destruído. A Casa de Saúde Santa Terezinha atendeu cerca de dez vítimas do tiroteio. Nenhum dos atendidos morreu lá, mas eu dei assistência a três cadáveres”.
Dr. Emílio foi presidente da primeira Comissão Pró- Emancipação de Ipatinga.
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TÍTULO DE CIDADANIA
Dia 20 de dezembro de 2012, Dr. Emílio foi homenageado com o título de "Cidadão Honorário de Ipatinga", através de uma indicação do vereador Sebastião Ferreira Guedes. O médico pioneiro não escondeu a satisfação em receber a cidadania. “Pra mim é uma honra muito grande e considero uma felicidade ter sido o primeiro médico a chegar aqui, quando não existia de fato nenhum profissional na minha especialidade. A Usiminas construiu oito casas no bairro Horto, seis para engenheiros e duas para médicos, eu ganhei uma delas. Resolvi ficar aqui e sou muito feliz. Sou ipatinguense de coração”, declarou.
Fonte: Coluna “IPATINGA Cidade Jardim - 50 ANOS” – Diário do Aço – 9 de março de 2014
MÉDICO PIONEIRO JÁ FEZ 20 MIL PARTOS EM IPATINGA*
Um dos primeiros profissionais de saúde a se instalar em Ipatinga, Dr. Emílio Gomes Fernandes diz que não consegue se ver aposentado.
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Com quase uma hora e meia de atraso do horário marcado para a entrevista, ele chega fazendo piada, como quem quer se desculpar pela demora. A justificativa para a falta de pontualidade são os inúmeros chamados inesperados que, em 54 anos de profissão, ainda acontecem com certa freqüência. Com a mesma simpatia e destreza que ajudou a transformá-lo em um dos mais renomados e reconhecidos profissionais da área da saúde na região, o médico Emílio Gomes Fernandes, que está perto de completar 82 anos, continua em plena atividade. Popularmente conhecido como Dr. Emílio, ele já contabiliza uma média de 20 mil partos realizados em toda a sua trajetória e confidencia que continua elaborando projetos focados na melhoria da saúde da população.
Natural de São Domingos do Prata, Emílio é o caçula de uma família de 14 irmãos. Formado em 1958 pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, fincou raízes em Ipatinga um ano após concluir os estudos, em setembro de 1959, como médico da Usiminas. Pediu demissão da siderúrgica para montar uma clínica particular no Centro da cidade e, logo depois, foi convidado a atender no Hospital Márcio Cunha, onde continua trabalhando até hoje.
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AS DIFICULDADES
“Aos 14 anos fui para Volta Redonda morar com uma de minhas irmãs, para terminar os estudos, pois já sabia que queria cursar medicina. Quando completei 18 anos, terminei o 4° ano do ginásio ao mesmo tempo em que servia o exército. Mas, as coisas não foram tão fáceis. Como não tinha ginásio à noite, resolvi pedir ao comandante para prestar o serviço militar apenas nos finais de semana e feriados. Afinal, também precisaria trabalhar para me sustentar. Como um bom mineiro, pensei que falar diretamente com o comandante fosse uma coisa normal. Acabei virando piada na repartição e acabaram me apelidando de Recruta Zero. Depois de muita conversa, e ao contrário do que todos pensavam, o capitão Fábio de Moraes me autorizou a estudar de manhã, trabalhar na secretaria da repartição à tarde nas segundas, quartas e sextas e servir ao Exército apenas nas terças e quintas-feiras. Em contrapartida, fui obrigado a tirar nota acima de 8 em todas as matérias, sob o risco de perder a regalia”, contou orgulhoso da própria ousadia, antes de revelar que se arriscou mais um vez, ao pedir para abandonar o militarismo um mês antes da data prevista para poder ser orador da turma.
Ainda de acordo com o Dr. Emílio, enquanto no ginásio suas notas eram as melhores, nas provas de tiro ele quase nunca conseguia acertar o alvo. “Eu nasci para salvar vidas e não para tirá-las”, justificou.
Assim que terminou o colegial, Emílio conta que se dedicou ainda mais aos estudos para tentar passar em uma universidade federal. “Como não tinha dinheiro para pagar os estudos, a solução era passar em uma universidade pública. Para me preparar melhor, fui fazer cursinho pré-vestibular. Foi quando conheci a minha esposa (Therezinha Ferrer Fernandes, ex-vereadora). Ela tinha um dom para sintetizar as matérias que eu nem escrevia nada, só prestava atenção na aula. Para estudar em casa, pedia o caderno dela emprestado. Quando ela ia estudar Física, por exemplo, eu pedia o caderno de Química. E foi assim que eu consegui passar em primeiro e quarto lugar na Universidade Federal do Rio e de Niterói, respectivamente”, disse orgulhoso de seu próprio esforço.
Outro fato lembrado com uma riqueza de detalhes espetacular, apesar de já terem se passado mais de 50 anos, é o fato de ele ter iniciado sua carreira médica logo no primeiro período do curso. “Veja só como Deus ajuda. Na medicina, só é considerado acadêmico quem está cursando a partir do quinto período. Mas, como eu tinha que conseguir um emprego para me sustentar, logo que ingressei na faculdade, meu irmão, que morava em João Monlevade, escreveu uma carta a um conhecido nosso pedindo para que ele intercedesse por mim. Assim, ele encaminhou um documento para o diretor do Sandu - que prestava o mesmo serviço que o Samu hoje -, informando que eu, acadêmico de Medicina, precisava de uma vaga. Sem saber que na medicina a vida acadêmica começa no quinto período, aceitei o serviço. Comprei roupa branca e até recebi uma carteirinha de médico. Mas, quando me pediram para atender um paciente fiquei assustado e disse que não podia pegar a ambulância para atender ninguém porque ainda não sabia fazer nada. Foi quando o diretor se deu conta de que eu ainda estava no primeiro período do curso. Para não me mandar embora, me colocaram no laboratório. Em pouco tempo aprendi a olhar o resultado dos exames e passei até a discutir com os médicos se o paciente estava com apendicite ou não. Quando abriram 16 vagas em um concurso no Sandu eu fiz e passei. E apesar de já ter começado a dar plantão como médico na época, continuei atuando no Sandu como técnico de laboratório”, revelou.
ENVOLVIMENTO COM A POLÍTICA
Pouco antes de terminar medicina, Emílio se casou com Therezinha, com quem teve quatro filhos. Dos quatro, apenas um seguiu a mesma carreira do pai, assim como um neto, que possui o mesmo prenome do médico. Therezinha foi a segunda mulher eleita vereadora de Ipatinga, cumprindo mandato de 1977 a 1983. Dr. Emílio, que também já se arriscou na carreira política, diz não pensar na possibilidade de se candidatar novamente. Mas, conta que ainda assim continua elaborando projetos com o intuito de melhorar a saúde da população. “Modéstia à parte, se algum candidato implementasse o que proponho, ele certamente conseguiria se eleger até como Senador”, brincou, para então acrescentar: “Tenho uma esposa e quatro filhos maravilhosos e preciso retribuir tantas bênçãos concedidas por Deus”, ressaltou.
Indagado sobre o teor dos projetos elaborados, Emílio frisou: “Hoje em dia, só morre de câncer de mama a mulher pobre ou a rica relaxada. Desta forma, se o município disponibilizasse um trailer com um aparelho de mamografia para atendimento de bairro em bairro, certamente o número de mulheres com câncer avançado diminuiria. Outro ponto bastante relevante seria transformar o Hospital Municipal em Hospital Metropolitano, disponibilizando 50 leitos para cada cidade do entorno. Com cada município responsável pela sua equipe médica, os custos não seriam inviáveis e, em contrapartida, o atendimento à população seria melhorado e ampliado”, acredita.
TRABALHO REMUNERADO
Com muita bagagem e bom humor, Dr. Emílio, que se intitula um homem de sorte, diz que apesar do prazer em ajudar ao próximo nunca fez um atendimento de graça e que, tampouco, pensa em descansar da medicina. “Tenho prazer em ajudar as pessoas menos favorecidas e chego a me preocupar se uma paciente desencadeia determinada doença por problemas emocionais. Mas, nunca fiz nenhum trabalho de graça. Já cobrei até oração, mas nunca deixei que uma paciente deixasse de me retribuir um serviço. Sou um médico do corpo e da alma e, por isso, não consigo me ver aposentado. São 54 anos de dedicação à medicina e não me vejo fazendo outra coisa. Para se ter uma ideia, desde que comecei a medicar, acredito que já tenha realizado uma média de 20 mil partos”, destacou, antes de se contradizer alegando que, apesar de ter diminuído o ritmo de trabalho, ainda irá se dedicar ao serviço voluntário na cidade de Santana do Paraíso, onde passará a atender gratuitamente uma vez por semana.
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