A TRAJETÓRIA DE UMA EDUCADORA
IPATINGA - “Nasci em Tocantins (MG), dia 16 de abril de 1934. Sou filha de Amílcar Arantes Campolina e Édina da Rocha Arantes. Me casei dia 11 de janeiro de 1958 com Alcides Alves Neto e juntos tivemos seis filhos: Marcus Eduardo, Alcides Luiz, Amaury, Rivane, Denise e Vanessa Campolina.
O MARIDO
Meu marido Alcides nasceu também em Tocantins (MG), no dia 1º de julho de 1936 e formou-se em técnico mecânica pela Universidade do Trabalho, hoje Unileste de Coronel Fabriciano. Foi contratado pela Usiminas em junho de 1962 e aposentou-se em 1989 como Supervisor Técnico da Aciaria. Nos seus 27 anos de carreira na empresa, Alcides viajou o mundo inteiro a serviço da Usiminas.
Depois da aposentaria, Alcides mudou-se para o distrito de Barra Alegre, onde voluntariamente prestava serviços sociais. Criou uma creche somente para crianças e fazia o transporte de doentes para os hospitais da região.
Alcides veio a falecer no dia 4 de março de 1995.
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EDUCAÇÃO
Iniciei minha educação escolar na Escola São Francisco de Assis em Tocantins (MG). Lá, eu fiz a primeira até a quarta série, depois fui para o Ginásio Regina Célia, em Rio Pomba (MG), onde cursei de quinta a oitava série. Depois de concluído o primeiro grau, fui para Escola de Formação Regina Célia, onde fiz o curso normal e me formei em magistério no ano de 1953.
Em 1954, iniciei minha carreira como educadora na Escola dos Pires, zona rural de Tocantins (MG), onde fiquei por um ano. Para chegar até lá, eu dependia muito da carona dos fazendeiros local. Já em 1955, fui lecionar na Escola Capitão Antônio Pinto de Miranda, onde parmaneci até o ano de 1962.
Estudei também por três anos na Faculdade de Educação de João Monlevade (MG), onde me formei no ano de 1975 em Administração de primeiro & segundo grau e Orientação Educacional.
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A VINDA PARA IPATINGA
Em 1963 eu fui transferida para Ipatinga e aqui cheguei no dia 10 de fevereiro para trabalhar na Escola Estadual Almirante Toyoda do bairro Cariu, onde fiquei por dois anos. Em 1965, fui convidada a trabalhar na Escola Complementar Maria Rosa, onde hoje fica localizada a ala C do Colégio São Francsco Xavier. Em 1966, fui convidada a trabalhar na organização de matrículas das escolas Santiago Dantas (Centro), João Walmick (Vila Ipanema) e Júlia Kubitschek (Centro). Pouco tempo depois fui promovida ao cargo de vice-diretora do Santiago Dantas, e não demorou muito, fui convidada a ser a diretora da escola, onde fiquei até me aposentar em julho de 1984.
Em 1987, fui convidada a ser a orientadora educacional da Escola Estadual Almirante Toyoda, e por lá fiquei dois anos. Em 1990, fui convidada a exercer o cargo de orientadora educacional do Assedipa, onde fiquei até o ano de 2005, quando me aposentei definitivamente. Depois de 51 anos de carreira como educadora, hoje eu posso afirmar com toda convicção, o melhor trabalho de minha vida foi os 15 anos no Assedipa.
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”DEPOIS DE MUITA LUTA, EU VENCI”
Minha vida não foi fácil, já passei por muitas dificuldades. Eu sofri muito para criar minha família, principalmente depois que viemos para Ipatinga. Praticamente criei os meus filhos sozinha, meu marido trabalhava e viajava muito a serviço da Usiminas. Quando eu morava no centro de Ipatinga, eu tinha que trazer meus filhos para o bairro Cariru tomarem banho, pois aqui não tinha água e muito menos luz. Depois de tanta luta e todos os meus filhos formados, agradeço a Deus por tudo, pois sem ele eu não conseguiria chegar até onde eu cheguei. Depois de mais de 50 anos de luta, sacrifícios e trabalho, o que eu mais quero da vida é viajar e descansar. Já visitei vários países da Europa, Caribe e America do Sul. Se me chamarem para passsear em qualquer lugar, a qualquer dia e hora, eu pego meu passaporte e estou indo”, finalizou Santinha.
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OS FILHOS
MARCUS EDUARDO CAMPOLINA - nascido em Tocantins (MG), formado em engenharia, casado com Marilda Lyra e tem dois filhos: Gustavo Henrique e Luana, nascidos em Ipatinga. Atualmente Marcus está aposentado depois de trabalhar por muitos anos na Usiminas.
ALCIDES LUIZ CAMPOLINA ALVES - nascido em Tocantins (MG), professor e advogado, casado com Maria Genilza Sousa Campolina e tem uma filha: Maria Luíza, nascida em Ipatinga. Atualmente trabalha como professor de física, matemática e advocacia.
AMAURY CAMPOLINA ALVES - nascido em Tocantins (MG), formado em técnico mecânica, divorciado e tem uma filha: Mayara.
RIVANE CAMPOLINA ALVES MENDES - nascida em Coronel Fabriciano (MG), veterinária, casada com Cícero Rezende Mendes e tem três filhos: Cícero, Natalia e Leonardo.
DENISE CAMPOLINA ALVES - nascida em Ipatinga (MG), formada em pedagogia e letras, com mestrado em ciências pedagógicas, divorciada e tem uma filha: Fernanda, nascida em Ipatinga. Atualmente trabalha no Colégio Tiradentes de Ipatinga.
VANESSA CAMPOLINA ALVES - "Baianinha", nascida em Ipatinga (MG), formada em Fisioterapia, solteira e trabalha atualmente na Ser Clinica do bairro Cariru.
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PARA UMA GRANDE EDUCADORA E UM IPATINGUENSE EM ALTO MAR...
Ano de 1975. Recém-casada, fui morar no Contingente, cujas casas e apartamentos recebiam seus primeiros moradores. Sentia falta de minha família, praticamente não conhecia ninguém por aqui, tudo o que queria era ir embora. Aí, convenci minha irmã Marcela a deixar a sobrinha e afilhada Marines, a vir morar conosco. Que alegria, agora eu tinha companhia, tinha e quem cuidar… Com a transferência da menina na mão, atravessei a rua, entrei na Escola Estadual Santiago Dantas, ali perto da Delegacia, na Av. João Valentim Pascoal, (hoje um centro de recuperação antidrogas) e pedi para falar com a diretora. Expliquei-lhe que a menina iria morar comigo, que tinha dificuldade em Matemática, mas que eu podia ajudar, lecionara para a 3ª série na Escola José Madureira Horta, em BH, podia repassar toda a matéria com ela… A diretora, uma mulher clara, baixinha, de grandes olhos brilhantes e fala rápida, perguntou se eu não estaria interessada em pegar uma turma que estava sem professora. Até gaguejei, perguntando quando devia começar, e fui informada de que seria no outro dia, às 7h. Meu Deus, saí da escola com a cabeça dando mil voltas, eu tinha arranjado uma vaga para lecionar, – uau! – e na mesma rua onde morava!
Iniciei os trabalhos, que alegria, e comecei a me enturmar com as colegas, conheci Leila Neves, Divani Oliveira, Neuza Pivari e tantas outras… Então, comecei a decodificar Ipatinga, com suas nuances diferentes, seu início de vida cultural, seus segredos… E foi uma paixão só por esta terra progressista, que amo e amo!
Contei toda esta história, para ressaltar que aquela mulher, a educadora Maria Antônia Campolina Alves, ao me convidar para trabalhar na escola que dirigia, me abriu uma gama de possibilidades, já não sentia tanta solidão, já não queria me mudar daqui, foi ela, com seu convite e apoio, a pessoa que me ajudou a criar raízes nesta terra abençoada. Na época, eu também começava a escrever para o Diário da Manhã e, de repente, conheci muita gente, fiz amigos preciosos, e meus alunos e colegas da Escola Estadual Santiago Dantas me ajudaram a ser feliz! Sabem por que conto tudo isto?
Nena de Castro
(Jornalista, escritora e advogada)
Vejam o e-mail que se segue:
Mensagem: 05/07/2010 02:33 Ozilio Cloves Santos
"Agora são 2:00 da manhã e eu estou em uma plataforma de petróleo da Petrobras, a 77 km do continente e a 32 anos de quando eu tinha 8 anos e comecei a estudar na Escola Estadual Santiago Dantas. O ano de então era 1978 e uma das lições diárias na turma do primeiro ano da Tia Célia era escrever um nome portentoso: “Diretora Dona Maria Antônia Campolina Alves”. Estranhas são as coincidências deste mundo, pois eu digitei “Escola Estadual Santiago Dantas” no Google e me veio este texto de minha querida Ipatinga, longe no espaço e no tempo. Obrigado Nena de Castro Macunadru, sua crônica me fez viajar à minha infância e encheu de nostalgia o coração deste mineiro ausente que, por alguns segundos, se viu transportado para um tempo maravilhoso para o qual somente as boas lembranças que seu belo texto despertou poderiam levar. Por favor, mande um abraço para a D. Maria Antônia Campolina Alves e, se possível, para a Tia Célia, em nome de um eterno aluno".
Ozilio Cloves Santos- Serra-ES
Ai, o meu coração quase explodiu de felicidade, há um site de Literatura chamado RECANTO DAS LETRAS e nele, sob o pseudônimo de MACUNADRU, estão minhas crônicas e poemas, assim como de centenas de outros escritores. E não é que o Ozílio, ipatinguense ilhado numa plataforma da Petrobras, no litoral baiano, de repente sente saudade de sua escola e encontra referências em um texto meu, e através de mim, homenageia sua professora, Tia Célia, e a grande Maria Antônia, por quem tenho o maior carinho, e a quem Ipatinga muito deve? Eta mundo velho sem porteira! E nada mais digo!
Publicada no Diário do Aço – 22/06/2010
Fonte: IPATINGA Cidade Jardim
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