IPATINGA - Isolina Igídia Barbosa nasceu no bairro Taúbas, em Ipatinga, no dia 1º de setembro de 1954, filha de Rita Sabino Barbosa e Laurindo Murilo Barbosa. É mãe de Rafaela Ariane Barbosa, que nasceu no dia 17 de janeiro de 1990, também no bairro Taúbas. Conforme um hábito antigo, Isolina foi apenas batizada ao nascer. O registro civil foi feito quando tinha quase nove anos de idade.
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“Quando cresci um pouquinho e aguentei andar a pé, fui estudar na Escola Estadual Nacif Selim de Salles, no bairro Canaã, onde fiz a 4ª série. Nessa época já estava com uns 14 anos de idade. Fiz a 5ª série na escola que tinha o nome de ‘Sotil’, hoje Hugo Duarte Coutinho. Na época, Jamill Selim de Salles me chamou para trabalhar no projeto de alfabetização de adultos, o Mobral. Continuei estudando e trabalhando.
AS DIFICULDADES
Meu pai me deu uma bicicleta, que passou a ser o veículo que eu usava para ir estudar. Me formei em Magistério no Colégio Assedipa, mas não queria ser professora. Meu sonho era a Medicina, mas as condições não permitiam. Trabalhei na Escola Gercy Benevenuto até me aposentar. Meu pai foi um grande guerreiro. Criou uma família de oito filhos, no cabo da enxada. Foi um grande exemplo de vida para nós e chegou a trabalhar também em uma carvoaria no Jardim Panorama, onde fazia carvão para a Belgo-Mineira. Foi lá que ele adoeceu, pegou febre amarela e quase morreu. A minha mãe também pegou a doença.”
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A localidade do Taúbas era uma mata fechada, pertencia ao governo federal. O bisavô de Isolina, João Sabino Torres, um fazendeiro que morava na localidade de Barro Branco, arrematou em leilão toda a área, em 1893. Logo depois enviou para cá os seus filhos, que iniciaram a derrubada da mata. Cada filho recebeu quinze alqueires do pai. “Quando meu bisavô veio aqui pela primeira vez, deparou com enorme quantidade de árvores chamadas ‘taúbas’. Foi com o nome da árvore que ele imediatamente denominou a nova área. Como ainda não existia a cidade, tudo que era consumido pela família era plantado e colhido na localidade”, conclui Isolina.
PEDRA DE ESCREVER
Isolina Barbosa guarda em sua casa uma preciosidade. Uma “pedra de escrever” com mais de cem anos, que era de seus avós. Segundo ela, esse era o caderno que os alunos tinham para escrever antigamente. A superfície da pedra é parecida com um quadro negro, os alunos tinham que escrever com um lápis próprio. “Eles tinham que memorizar o conteúdo, apagar e escrever de novo”, explicou.
PROFISSÃO PRECOCE
A professora aposentada revelou como se tornou professora aos 15 anos. “Eu era muito comunicativa e aqui não tinha escola. Eu sonhava em fazer Medicina, mas no segundo mandato do Jamil Selim de Salles, fui convidada por ele para ser professora na escola que seria fundada no bairro. Comecei dando aula dentro da igreja, debaixo das sombras das árvores, na casa dos vizinhos. Topei o desafio e acabei me aposentando na profissão”, informou Isolina Barbosa.
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BERÇO
Para Isolina Barbosa, Ipatinga é o seu berço. “Aqui eu nasci, vivi. Sou muito feliz por ter contribuído com a história da cidade, que já cresceu muito”, declarou. Se pudesse presentear Ipatinga, Isolina daria uma Universidade Federal. “Isso faz muita falta. Os estudantes concluem o ensino médio e ficam por aí sem rumo. Se não estão qualificados não conseguem emprego. Muitos se perdem no mundo das drogas por não têm a oportunidade de conhecer o outro lado”, finalizou Isolina Barbosa.
"IPATINGA ERA SÓ MATO"
A mãe de Isolina Barbosa, dona Rita Sabina Barbosa, diz que a cidade não tinha nada quando chegou aqui. “Ipatinga era só mato. Eu tenho pouca leitura, minha mãe não me deixava ir à escola. Aí quando meu irmão chegava da escola ele me ensinava algumas coisas”, falou Rita Sabina.
Ela relata ainda que quando a Usiminas chegou, nem ficou sabendo da notícia. “Só fiquei sabendo da chegada da empresa muito tempo depois. Eu não saia daqui. A primeira vez que vi a indústria achei muito bom”, destacou.
Na opinião da dona de casa, Ipatinga está muito melhor, tendo em vista o que era a cidade antigamente. “Pra mim tá tudo bom. Só acho que a cidade deveria plantar mais. Se pudesse dar um presente a Ipatinga daria mais árvores e hortas”, opinou Rita Sabina.
Fonte: Ipatinga Cidade Jardim e Diário do Aço
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