IPATINGA - Rômel Erwin de Souza nasceu em São João del-Rei (MG), no dia 15 de julho de 1952. Casou-se com Maria Afra de Araújo Resende e Souza, com quem teve cinco filhos. É graduado em Engenharia Metalúrgica pela Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi professor de Física de 1º e 2º graus e coordenador da área de Ciências Exatas de curso supletivo e pré-vestibular.
Admitido na Usiminas em outubro de 1975, foi engenheiro da área de decapagem a ácido sulfúrico e da área de recozimento de tiras laminadas a frio; chefe de seção da área de recozimento; gerente da seção de encruamento; gerente de produção industrial; gerente-geral da Usina Intendente Câmara; diretor do complexo de Ipatinga e diretor de contas; diretor da Usiroll; membro da comissão dirigente da Unigal; e diretor suplente do conselho da Siderar, as três últimas empresas integrantes do grupo econômico da companhia.
Foi presidente da Fundação São Francisco Xavier (FSFX); presidente da Caixa dos Empregados da Usiminas; conselheiro da Associação Brasileira de Metais; coordenador e instrutor do curso de laminação de aços planos da ABM; e vice presidente de Tecnologia e Qualidade. Participou de treinamentos no exterior como desenvolvimento gerencial e visitas técnicas, destacando-se as empresas Nippon Steel Corporation, Usinas de Kimitsu, Yawata e Nagoia, no Japão, e a Siderar, na Argentina, e visitou clientes da Usiminas nos Estados Unidos, Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Suécia e China.
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HOMENAGEM
Rômel Erwin foi homenageado pela Câmara Municipal de Ipatinga com o título de Cidadania Honorária, em 2004. A indicação de seu nome para presidir a Usiminas foi recebida com euforia e esperança pela população de Ipatinga, dada a sua grande proximidade com a comunidade local e seu interesse pessoal em estreitar laços permanentes entre a Usiminas e todos os setores de Ipatinga e região. Fato comprovado através de uma recente “Moção de Aplausos”, conferida a ele pela Câmara Municipal de Ipatnga, projeto de resolução do vereador Adiel Oliveira.
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Fonte: Ipatinga Cidade Jardim
VÍDEO: Veja a entrevista de Rômel Erwin de Souza na abertura do “Projeto Xerimbabo” – 6 de agosto de 2014
ENTREVISTA COM RÔMEL ERWIN DE SOUZA, DIRETOR-PRESIDENTE DA USIMINAS
Nomeado diretor-presidente da Usiminas até que os principais acionistas – Nippon Steel & Sumitomo e o grupo Techint –, em conflito judicial, escolham a nova diretoria, o engenheiro metalurgista Rômel Erwin de Souza tenta blindar a empresa do impacto negativo das divergências societárias. Desde o começo de outubro, o executivo estabeleceu uma cruzada para manter a motivação das equipes e pedir o envolvimento de gestores e comandados, engenheiros, especialistas e analistas pelo bem dos resultados da companhia, que teve prejuízo de R$ 24 milhões no terceiro trimestre.
“Falamos que somos um time, mas que equipe é essa, se a gente não conhece o outro e não confia no seu companheiro? O pressuposto é de que todo mundo faça o mesmo esforço e acredite no esforço do outro”, afirma. Prestes a completar 40 anos de trabalho na Usiminas em 2015, Rômel Erwin diz que não há sinais claros sobre a demanda de produtos siderúrgicos ao longo do ano que vem. A quem o questiona sobre dificuldades em razão da transitoriedade do cargo, responde não estar preocupado com o tempo de sua gestão. “O que tiver de ser feito será executado com todos os poderes e deveres que tenho como presidente da empresa.”
O senhor assume num momento de crise na demanda, pressão do câmbio sobre os resultados das empresas e prejuízo apurado pela Usiminas no terceiro trimestre. Como avalia os desafios?
Trabalhamos na definição do orçamento de 2015, buscando informações em todas as fontes disponíveis, e tentamos determinar o tamanho do nosso mercado, mas, por enquanto, não temos uma visão clara. As próprias projeções de crescimento da economia brasileira são modestas e o governo elevou a taxa básica de juros (agora de 11,25% ao ano), o que ninguém esperava. Em ordem de grandeza, o Brasil cresce ao ritmo de 0,3% este ano e os setores consumidores de aço encolheram 11%. Acreditamos que as vendas voltarão a crescer em 2015, mas não há como prever quanto será. Esperamos que o volume das importações do país diminua no ano que vem.
Que medidas poderão ser tomadas pela empresa?
O mercado siderúrgico depende muito de volumes e demanda. Temos de trabalhar bem junto do cliente, mas volume por si só não resolve, se não tivermos resultados. Precisamos reforçar o diferencial de qualidade da produção que a Usiminas tem e buscar mais eficiência para reduzir os custos e gastos, sem correr o risco de comprometermos o futuro da empresa. Solução melhor e mais rápida só um aumento do mercado interno pode nos oferecer. Outra frente de ação é seguir com a pontualidade na entrega de produtos, valorizando a nossa capacidade de prestar assistência técnica aos clientes.
Como tem trabalhado para minimizar o impacto do conflito judicial de acionistas sobre o dia a dia da companhia?
Trabalhamos para blindar a empresa em relação a isso. O que ocorre entre os sócios não é motivo das nossas atenções. Temos o nosso trabalho como foco e é com isso que precisamos nos preocupar, afinal, nos foi entregue um patrimônio muito grande e a nossa responsabilidade é zelar por ele. O que a gente prega e estimula é um diálogo transparente e franco com as equipes.
Esse esforço explicaria os encontros que o senhor tem promovido com gestores?
Nos reunimos com os gestores, engenheiros, especialistas e analistas nas principais unidades de Ipatinga, Cubatão (SP), nos escritórios de Belo Horizonte e São Paulo numa primeira conversa. Agora, vamos voltar a nos encontrar para avaliar os resultados do terceiro trimestre. O objetivo que a gente deixou muito claro é o de reduzir a distância da nossa gestão em relação às equipes. Estamos criando um clima de confiança entre as pessoas. Falamos que somos um time, mas que equipe é essa, se a gente não conhece o outro e não confia no seu companheiro? O pressuposto é de que todo mundo faça o mesmo esforço e acredite no esforço do outro. Todos têm de entender qual é a nossa situação e o que nós temos de fazer.
Seria uma tentativa de motivar os empregados num período delicado para a companhia?
A minha vivência de quase 40 anos na Usiminas mostra que, muitas vezes, se as pessoas não entendem o que está ocorrendo elas não têm motivos para agir. É algo que tem de ser melhorado na gestão de pessoal da empresa. Queremos o envolvimento maior das pessoas com os resultados. O desempenho da empresa é o retrato do nosso trabalho. Nós, da diretoria, temos de ser um instrumento de provocação nesse sentido e com transparência, tratar disso de forma adulta. Quem é mais apto para apresentar melhorias são as pessoas que estão trabalhando na operação da empresa. Do ponto de vista da produção industrial, já enfrentamos várias crises econômicas na história da companhia –nos anos 80 e começo de 90, com a privatização, e depois vieram as turbulências de 2008 e 2009 – e o diferencial está nas equipes. Se vamos sair em melhor ou pior situação do cenário atual, isso vai depender do nosso envolvimento e a empresa tem em sua história uma grande característica das pessoas de vestir a camisa da organização. Procuramos fazer com que isso aflore com mais intensidade. É a nossa orientação para a forma de relacionamento dos gestores com suas equipes.
O fato de o senhor ter sido nomeado até a definição de uma nova diretoria impõe dificuldades? Como isso afeta o seu trabalho?
Temporários já estávamos, todos da diretoria, desde abril deste ano, porque naquele período nossos mandatos foram prolongados até a definição de uma nova diretoria, e isso depende de acordo entre os acionistas. A responsabilidade está comigo e não estou preocupado com o tempo de mandato. O que tiver de ser feito será executado com todos os poderes e deveres que tenho como presidente da empresa. Se eu pudesse resumir a tônica da nossa gestão, seria ter uma equipe, o que significa ter credibilidade.
Fonte: EM
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