IPATINGA - Nasceu em Tarumirim - MG, dia 8 de maio de 1934. Filho de Ismail De salles Silva e Efigênia de Lima Salles, casou-se com Zilda Chuab Salles em junho de 1960 e tiveram três filhos: Zilva Chuab Salles, Wallace Chuab Salles (falecido em 9 de outubro de 2013) e Wagner Salles. Zilda Chuab Salles é filha de José Otávio Chuab e Dolôres Christina Chuab.
ZILDA CHUAB SALLES - Nasceu em Manhumirim - MG, dia 30 de maio de 1939. Filha de José Otávio Chuab e Dolôres Christina Chuab, casou-se com o empresário e pioneiro de Ipatinga, Walter de Lima Salles em junho de 1960. Zilda Salles veio a falecer no dia 4 de março de 2016
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TRAJETÓRIA DO PIONEIRO
Walter Salles decidiu vir para Ipatinga em 1959, após ler em um jornal do Rio de Janeiro a notícia da instalação da maior siderúrgica da América Latina neste local – a Usiminas. Ele, que trabalhava na cidade natal como representante comercial de uma loja de armarinhos e aviamentos, comunicou ao patrão que iria embora no dia seguinte. E veio mesmo. Chegou aqui com a cara e a coragem. E aqui permanece após ter completado um pouco mais de 70 anos de vida. “Um formigueiro humano. Gente, carroça e uma poeira terrível”. É dessa forma que Walter Salles define sua primeira impressão quando chegou a Ipatinga, que ainda não era considerada cidade. Quando vi tanta gente, pensei logo em abrir um negócio. Sem ter a menor noção do que iria vender, aluguei um ponto comercial no Centro. Adiantado, paguei dois meses de aluguel. Só para não perder o ponto.
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CASA DAS MÁQUINAS E RODOVIÁRIA
Ao visitar a família, que morava em Governador Valadares, retornou munido de alguns produtos: cinco máquinas de costuras, cinco bicicletas e cinco rádios. Colocou tudo dentro do ponto que tinha alugado e escreveu uma faixa: “Casa das Máquinas – a Pioneira”. Cheio de orgulho, acrescenta que as mercadorias foram vendidas em uma semana. “Tive que ir buscar mais”. A loja (localizada onde é hoje a Tenda Têxtil) prosperava, mas foi vendida em 1965. O principal motivo foi ter vencido a concorrência para instalação de um terminal rodoviário em Ipatinga. Segundo Walter, “quase ninguém teve interesse pela proposta”. O vencedor teria de se responsabilizar pelo terreno e toda estrutura, uma vez que a Prefeitura concederia somente o direito de explorar os serviços na cidade.
A rodoviária funcionou inicialmente na Rua Belo Horizonte. Com a prosperidade vivida pela cidade, o fluxo de pessoas também aumentou e houve a necessidade de ampliar o estabelecimento. A população era carente de transporte. Tinha o ferroviário, mas as opções de horários eram muito poucas. Foi então que vendi o ponto anterior e adquiri uma área na Avenida João Valentim Pascoal, onde ainda funciona a Rodoviária de Ipatinga. No início, eram apenas três ou quatro linhas. Hoje, a rodoviária “vende passagens para o Brasil inteiro”. Segundo Walter Salles, “o comerciante que atua conforme a legalidade não encontra dificuldades”.
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COMPANHIA TELEFÔNICA DE IPATINGA
A única forma de comunicação via telefone em Ipatinga era no posto telefônico da Usiminas, localizado no local onde é hoje a sede dos Correios do bairro Horto. Foi formada então uma comissão provisória para implantar a Companhia Telefônica de Ipatinga e colocar telefones no Centro da cidade. O presidente da comissão era Jair Gonçalves, um homem considerado por Walter “uma espécie de manto que cobria todos nós não só pela moral, mas também pela maneira carinhosa que ele tinha com Ipatinga e a sensibilidade com que conduzia a coisa”. José Carvalho era o tesoureiro e Walter Salles superintendente.
Fundada a Companhia Telefônica de Ipatinga, ninguém tinha remuneração e nem despesas pagas para ir a Belo Horizonte correr atrás das companhias telefônicas. Procuramos três companhias em Belo Horizonte. As três concessionárias vieram a Ipatinga, fizeram levantamentos e enviaram propostas. Ganhou a Ericsson do Brasil. Conforme contrato com a Ericsson, tínhamos que vender no mínimo 125 linhas, para que fosse viável a implantação. Passamos então a vender as linhas. Conseguimos vender cento e vinte, faltavam cinco e não tinha mais ninguém na cidade que queria comprar. O pessoal da empresa começou a nos pressionar. Diante disso, fiz uma divisão entre os três componentes da diretoria: Jair Gonçalves, "que era o mais rico", ficaria com mais duas; o Zé Carvalho também com duas; e eu, que era o mais pobre, fiquei com mais uma. Assim, completamos a cota mínima exigida pela empresa. Faltava então um lugar para instalar a central. Eu sabia que o terreno onde fica hoje a Telemig, na Rua Belo Horizonte, era do município. Propus ao Jair Gonçalves e ao Zé Carvalho que nós invadíssemos o terreno e construíssemos ali a central. O Jair Gonçalves a princípio ficou receoso, e me disse: “Isso é com você”.
E assim, segundo Walter, a sede da Companhia Telefônica de Ipatinga foi construída no terreno invadido na Rua Belo Horizonte. A comissão foi para Belo Horizonte e fechou o negócio com a Ericsson, que instalou os telefones no Centro da cidade. Na época, os telefones tinham três números. “O meu telefone era 123, o mesmo número da placa do meu carro e da minha casa”.
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A CHEGADA DA CEMIG
No início da década de 1960, a precária luz de Ipatinga dependia de um gerador de propriedade de Raimundo Anício, que ficava instalado atrás do Bar Candango, onde é hoje a Sapataria Osley. Um funcionário da Cemig informou a Walter Salles que a cidade iria perder a oportunidade de instalação da empresa em Ipatinga, por falta de um local para sua sede. A próxima oportunidade poderia demorar. Disse a ele que arrumaria um lugar. Dentro de minha loja tinha três pilastras no meio. Dividi o local, fechei com madeira e chamei o diretor da Cemig para avaliar. Ele gostou muito e me perguntou qual seria o valor do aluguel. Disse a ele que não tinha ideia, porque, a princípio, não tinha intenção de alugar o imóvel. Deixei então para que eles definissem o valor do aluguel. Fizeram-me uma proposta e eu aceitei. Logo que foi instalado o escritório, a Cemig começou a colocação dos postes “e foi aí que o Centro de Ipatinga começou a contar com a energia elétrica”.
Foi em 1971 que Walter Salles assumiu a presidência da Associação Comercial de Ipatinga – Aciapi. Ele explica que, em sua gestão, os esforços se concentraram em “colocar coisas nos seus devidos lugares”. Walter, que participou desde as primeiras reuniões para a criação da entidade, afirma que Ipatinga tem plena consciência da atuação da instituição. Um comerciante que vai bem nos negócios pode oferecer melhores condições a seus funcionários. É como uma engrenagem, um efeito multiplicador. Com uma entidade forte, toda comunidade ganha. Eu me sinto muito feliz ao ver quanto a Aciapi cresceu e ainda tem tanta disposição. É satisfatório saber que dei minha modesta contribuição para a entidade.
"APITO MACHO"
Fui convidado para apitar um jogo entre um time de Ipatinga e um time de Santana do Paraíso, lá no campo deles. No decorrer da partida, houve um pênalti cometido por um jogador de Santana do Paraíso, e eu apitei. Os jogadores do Paraíso saíram do campo e se encostaram em um canto e a torcida começou a invadir o campo. Eu estava com o revólver na cinta. Abri a camisa, tirei o revólver, tirei o blusão e coloquei no chão e, em cima dele coloquei o revólver de modo que todo mundo visse que eu estava armado. Quando a turma viu o revólver, voltou para trás. Alguém buscou o time e o jogo continuou, após ter batido o pênalti.
ORGULHO DE VIVER EM IPATINGA
Walter Salles também tem orgulho de dizer que foi um dos integrantes da comissão que liderou o movimento emancipacionista de Ipatinga, em 1964. É um amante declarado de Ipatinga: Costumo dizer que a gente não escolhe o lugar para nascer, mas para morar sim. E eu escolhi Ipatinga. Amo esta cidade. Meus cinco filhos nasceram aqui. Foi aqui que fiz muitas amizades.
Fonte: Coluna "Ipatinga Cidade Jardim 50 anos"
ENTREVISTA: "WALTER DE LIMA SALLES"
Como foram todas as movimentações políticas para que Ipatinga e Timóteo se desmembrassem de Coronel Fabriciano?
WALTER SALLES - Fiz parte da comissão de emancipação de Ipatinga. Todos os dois distritos, Ipatinga e Timóteo, pertenciam a Coronel Fabriciano, que era a Comarca. Quando nós fizemos o pedido, o primeiro foi vetado pelo Magalhães Pinto, porque o Ciro Cotta, prefeito de Fabriciano, era da UDN e o Magalhães não queria incomodá-lo, tirar as duas cidades que davam renda para todo município. Foi quando, então, a convite da Acesita veio a Belo Horizonte Carlos Lacerda, governador do Rio de Janeiro, que era um dos pretensos candidatos à presidência da república. Quando eu vi o Ciro Cotta, prefeito de Fabriciano, abraçado com o Carlos Lacerda, levei o jornalzinho para o Magalhães. Essa reunião ocorreu em 1963. E a emancipação em 1964.
Quais eram os outros pioneiros que se juntaram a essa movimentação?
WALTER SALLES - Jaci Lacerda, Manoel Simão e Elias Correa. Esses foram os três companheiros que foram comigo no gabinete do governador. Mostrei para ele o jornal. E ele fez a carta dizendo que emanciparia Ipatinga e Timóteo.
Quais eram as condições da cidade nesta época?
WALTER SALLES - Fomos de ônibus. O distrito era industrializado. Já vivia muito bem, com patrimônio, rico em termo de arrecadação, razão pela qual Fabriciano não queria perder os distritos de Timóteo e Ipatinga.
O senhor acha que os recursos eram bem aplicados naquela época?
WALTER SALLES - Não eram. Nós reclamávamos disso.
Quando o senhor veio para Ipatinga?
WALTER SALLES - Cheguei em 1958, estava no Rio de Janeiro. Era caixeiro viajante. E eu morava em Governador Valadares. Então, quando vi a notícia que Ipatinga ia instalar a maior siderúrgica da América Latina, decidi vir para Ipatinga. Eu estava em um hotel perto do Rio de Janeiro, quando um colega meu me mostrou: “Olha Walter, tem duas notícias lá da sua região. Uma boa e uma ruim, qual você quer primeiro?” A ruim era uma tromba d’água que tinha caído em Coronel Fabriciano e a boa era o início da construção da Usiminas. E falei: vamos embora amanhã. Quando foi no dia seguinte vim embora para Valadares. No outro dia, peguei o trem e vim para Fabriciano. Quando desci encontrei um conhecido, Rufino da Silva Neto, que era prefeito em Fabriciano e disse que ia me ajudar.
Mas fui para Ipatinga, onde aluguei um cômodo e voltei para Valadares. Depois trouxe de Valadares cinco máquinas de costura, cinco bicicletas e cinco rádios e despachei para Ipatinga. Recebi a mercadoria e botei uma faixa: Casa das Máquinas. Comecei assim.
Por que construir a rodoviária?
WALTER SALLES - Não tinha local para os ônibus pararem.
Quanto tempo foi suficiente para o senhor melhorar sua situação e construir a rodoviária?
WALTER SALLES - A rodoviária foi logo em seguida. Eu vi essa necessidade. Nessas alturas Ipatinga já era cidade. Eu fiz uma carta a Fernando Coura, prefeito de Ipatinga na época, perguntando se havia interesse da prefeitura na construção da rodoviária. No primeiro terminal só cabiam três ônibus. Então foi ali que começou. Aqui [na atual rodoviária] era uma serraria. Vendi a outra, comprei aqui e passei a rodoviária para cá.
O senhor não quis entrar para a vida política?
WALTER SALLES - Ser político não é meu ramo. Mas eu apoio quando são pessoas dedicadas ao município. Assim eu acho que tenho que dar minha sugestão. Estamos satisfeitos com o governo da prefeita [Cecília Ferramenta]. Pessoa séria e bem intencionada com o município.
Para uma cidade que tem menos de 50 anos, qual sua contribuição para que Ipatinga estivesse hoje no patamar de desenvolvimento em que ela está?
WALTER SALLES - Eu fiz minha parte. Um comerciante que muda para um local que pretende ser o lugar onde vai morar pelo resto da vida, ele tem a obrigação de cuidar e ajudar no desenvolvimento daquele local. E eu dei a parte que me cabia, que era possível fazer. Fui presidente da Associação Comercial, continuo lá como membro do Conselho e graças a Deus temos tido bons companheiros na Aciapi.
Além da emancipação e construção da rodoviária, em que mais o senhor contribuiu?
WALTER SALLES - Os primeiros telefones fomos nós que instalamos na cidade. Nós que construímos a telefônica, que ficava ao lado da atual Estação Memória.
Nos próximos 50 anos, o que seria importante para a cidade continuar crescendo e se desenvolvendo?
WALTER SALLES - A participação da população, dos comerciantes. Todos devem participar e ter interesse no desenvolvimento da cidade.
Qual a análise que o senhor faz da atual situação da Usiminas? Há boatos de que a Usiminas será vendida?
WALTER SALLES - Olha, esse boato chegou ao nosso conhecimento e nós achamos muito ruim. A Usiminas é a mãe da comunidade. Sem ela aqui o comércio de Ipatinga cai muito. É ela que traz o desenvolvimento econômico.
Fonte: http://www.diariopopularmg.com.br
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