IPATINGA - Nasceu em Barão de Cocais MG, dia 20 de em maio de 1925. Ainda mocinha casou-se com Antônio Pinto Rodrigues, com o qual viveu quatro anos e dez meses.
A VINDA PARA IPATINGA E O NOVO NOME
Carmem veio em 1949 para o pequeno lugarejo que, nesta época, já se chamava Ipatinga. O marido faleceu no campo de futebol de Conceição do Rio Acima em uma tarde de domingo.
Casou-se novamente com o Sebastião Barbosa. O marido decidiu dar-lhe o nome de “Maria Barbosa” simplesmente porque gostava do nome Maria. Todos passaram a conhecê-la somente pelo novo nome.
Maria teve vários filhos com o segundo marido, entre os quais: Nelson Morais Barbosa, Rui Barbosa, Ari Barbosa, Gentil Barbosa, Sebastião Barbosa Filho, Maura Geralda Barbosa, Elzeni Barbosa e Márcia Cristina Barbosa.
Quando eu ganhava os meus meninos, fazia a maior festa. Foram dois com o meu primeiro marido e dez com o segundo.
AS DIFICULDADES
Do primeiro casamento nasceram Geralda e Orlando José Barbosa. A menina adoeceu e, apesar das várias idas ao hospital, não resistiu. Maria conta que “o hospital mais próximo era em Coronel Fabriciano” e, nesta época, “não havia estradas em boa situação”.
A gente passava pelo Amaro Lanari a pé até Fabriciano. As coisas só melhoraram um pouco com a chegada da família do senhor Heraldo Rocha, que tinha caminhões. Heraldo não media esforços para acudir a quem dele precisava. Da mesma forma ainda hoje são seus filhos, que, na mesma trajetória do pai, são também pessoas de bem e muito prestativas. Esse sr. Heraldo Rocha, um dia, socorreu Orlando em plena madrugada, quando saímos às pressas em seu caminhão com destino a Coronel Fabriciano.
A PENSÃO SALTO GRANDE E A ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
Apesar de todas as dificuldades, o meu marido, Sebastião Barbosa, abriu um comércio na rua principal do distrito, Rua do Comércio, em frente ao antigo Cine Ipanema, onde, na época, se localizava uma loja de tecidos do sr. João Drumond. Junto ao comércio de meu marido eu montei uma pensão que se chamava Pensão Salto Grande.
Recordo-me que os trens faziam manobras em um desvio dentro do meu quintal, para depois descarregar ferragens e cimento que eram usados na construção da Usina Hidroelétrica de Salto Grande. Esse material era transportado em caminhões para Salto Grande. Eu fornecia comida e alojamento para esse pessoal que trabalhava no transporte. A Estação Ferroviária era na Rua Belo Horizonte e nela morava o agente, sr. André, e Dona Senhorinha. Foram muitas vezes que eu, o Orlando e o Nelson embarcamos ali, no trem puxado pela maria-fumaça, rumo a Barão de Cocais.
O RESPEITO PELO MARIDO, SEBASTIÃO BARBOSA
Nos anos de 1960, meu marido foi nomeado delegado de polícia pelo então governador do Estado de Minas, José de Magalhães Pinto. Sebastião Barbosa foi uma pessoa bastante conhecida por todos os habitantes da cidade e, apesar do seu jeito rude, era uma pessoa caridosa. Nos anos de 1950, providenciou uma cobertura, onde se rezava a missa de domingo. Quando foi inaugurada a igreja, ele trouxe de Belo Horizonte uma santa, que foi colocada lá.
O TRABALHO PESADO NA ÉPOCA DA CONSTRUÇÃO DA USIMINAS
No início da construção da Usiminas, eu fritava bolinhos e fazia uma grande quantidade de café, que o Orlando e o Rui vendiam para os trabalhadores das empreiteiras. Antes da chegada da Usiminas, as dificuldades eram enormes. A água da qual as famílias se serviam era do Ribeirão Ipanema, que era transportada em lombo de animais até as residências. O sr. Raimundo Anicio fornecia a energia elétrica através de um motor para algumas residências, mas o motor era desligado sempre às 23h.
Com a doença do Barbosa, minha família ficou um pouco desnorteada e eu tive que trabalhar dobrado para cuidar dele doente e dos filhos. Nessa época, a ajuda do Orlando, do Rui e do Nelson foi muito importante para que pudéssemos dar conta de tudo. Levantava sempre de madrugada para lavar roupas, estender nos varais e passar. Os meninos entregavam nos alojamentos. Cheguei a lavar para 40 rapazes. Tive um sério problema nas mãos em consequência deste trabalho pesado.
Todos os dias, o Orlando saía bem cedo com um carrinho de mão e rodas de bicicleta, lotado de verduras e legumes, para vender no bairro Cariru. À tarde, ele chegava e me entregava todo o dinheiro. Com a ajuda decisiva dos meus filhos fomos vivendo.
Hoje, moro numa pequena casa nos fundos da casa de meu filho Ari Barbosa, no bairro Ideal. Apesar de ter perdido tudo que tive, inclusive o marido, que não resistiu ao derrame, me considero uma pessoa feliz, pois estou com boa saúde e completei, no dia 20 de maio de 2006, oitenta e um anos, sendo que cinquenta e sete destes foram vividos nesta cidade.
"Tenho muito orgulho desta cidade, onde criei e casei todos os meus filhos", disse Dona Carmem “Maria Barbosa”.
*Depoimento de Dona Maria Barbosa em 2005, oito anos antes de seu falecimento."
FALECIMENTO
Dona Maria Barbosa veio a falecer por volta das 23:30 horas do dia 11 de janeiro de 2013, vítima de uma forte pneumonia que se agravou após três paradas cardíacas.
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