Manoel Paixão Borges da Costa.

IPATINGA - "Eu nasci em Santa Tereza do Ipiranga (ES), dia 30 de março de 1934. Vim para Ipatinga em 1955, trabalhando pela Vale do Rio Doce. Trabalhei de guarda-chave, manobreiro e encarregado de serviço.

Me casei aqui em Ipatinga, com Adair Araújo da Costa, filha dos pioneiros João Patrício e Dolores Maria de Araújo, e tive quatro filhos: Elizete, Edvânia, Edjardila e Eurípedes. Morei primeiro no centro da cidade. Depois, no iguaçu, onde ajudei a construir o campo de futebol do bairro".

(Depoimento de Manoel Paixão Borges da Costa na coletânea "Ipatinga Cidade Jardim".

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Manoel Paixão era casado com Adair Araújo da Costa (circulado em vermelho), filha dos pioneiros João Patrício e Dolores Maria de Araújo.

"PAIXÃO" PELO FUTEBOL

"Manoel Paixão começou a jogar futebol no Esperança Futebol Clube. Trabalhou junto com o Almeidinha e Domingos Anício para tirar a escritura do Ipaminas Esporte Clube, time onde chegou a jogar algumas vezes. Participava ativamente do Enfavi (Encontro de Futebol de Atletas Veteranos de Ipatinga). Manoel Paixão era muito amigo do ex-vereador Arcanjo Evangelista Pascoal e participou ativamente da construção da história de Ipatinga", disse o historiador e autor da coletânea "Ipatinga Cidade Jardim", José Augusto Moraes.

FALECIMENTO

Manoel Paixão Manoel veio a falecer na tarde do dia 8 de agosto de 2015. Rodeado de familiares e amigos, foi velado e sepultado no Cemitério Parque Senhora da Paz de Ipatinga.

Manoel Paixão morava na Rua Aleijadinho, bairro Cidade Nobre.

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Sr. Manoel Paixão, Dona Adair e suas filhas Elizabete e Edjárdila. (FOTO: Álbum de família)

A BOLA ROLOU EM IPATINGA - "Nasce o futebol em Ipatinga"

Entre a atual rua Juiz de Fora e a avenida João Valentim Pascoal existiu o primeiro campo de futebol de Ipatinga. Foi nesse campo que, por volta de 1946/1947, o time do União Esporte Clube iniciou suas atividades. Esse time tinha a seguinte formação: Antônio Madalena, Geraldinho Gingilim, Zeza Souto, Diógenes, Raimundão, Walter, Américo, Raimundinho, Alípio, Ivo Bandeira e Joaquim Guarda.

Em sua maioria, os jogadores eram funcionários das carvoarias da Belgo-Mineira. Os jogos aconteciam sempre nas tardes dos domingos, aqui ou nos vilarejos vizinhos. Normalmente, esses jogos terminavam em brigas e agressões dos torcedores, que usavam paus, facas e garruchas.

João Napoleão era o patrocinador de uniformes e de algumas bolas. A bola tinha que ser economizada, porque vinha de Nova Era ou de Coronel Fabriciano. Para ser comprada, tinha que ser feita uma "vaquinha" entre os atletas; em outros casos, a aquisição era feita com a contribuição de políticos da época, como Jair Gonçalves.

A camisa do União era preta e branca. As excursões eram realizadas, de preferência, até Barra Alegre, Coronel Fabriciano, Boachá e Mesquita. Os percursos mais próximos eram feitos por meio de bicicletas, que às vezes levavam dois jogadores, ou a pé, enquanto os jogos mais longos contavam com os caminhões da Belgo-Mineira.

O time do Paraíso era o adversário mais forte do União, tanto em seu campo quanto em Ipatinga. Só jogava no período das férias escolares. Nesse período, o Paraíso recebia reforços de Belo Horizonte, entre os quais o ex-prefeito Jamil Selim de Salles, seu irmão Nacif, Alencar e os filhos do sr. José Matias.

Esse time chegou a ser chamado de Ipatinga Esporte Clube; posteriormente, passou a ser denominado Independente Esporte Clube, que, a esta altura, era um time mais forte e com mais recursos.

Em 1952, o Independente já contava, para os jogos mais difíceis, com jogadores do Acampamento Rio Doce - que ficava ao lado da ponte velha (hoje, ponte metálica), de funcionários da Belgo e de Barra Alegre. Acabou-se, assim, com a rivalidade anterior.

O Independente comandou o futebol ipatinguense até 1955, sempre prestigiado por uma grande torcida. Em dias de jogos, ruas e casas do distrito de Ipatinga ficavam desertas, pois estavam todos no campo para assistir ao jogo. Em 1955, o Independente passa a se chamar Sete de Setembro e conta com mais reforços, como o zagueiro Manoel Paixão, Banheira, Zé Pio, Jerônimo, Dé, Zé Thomaz e Fernando Rocha.

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Edjárdila, Heitor (neto), Manoel Paixão e Adair Araujo da Costa. (FOTO: Álbum de família)

Fonte: Ipatinga Cidade Jardim